IV Encontro Internacional pela Terra e o Território – 2016

IV Encontro Internacional pela Terra e o Território 

Compartilhando experiências, Construindo novos horizontes

Leia e divulgue a Carta de Guapiaçu, em Português e Espanhol

 

 

 

I

Nossa vida era de escravidão

Todos direitos roubados

Deixando corpos mutilados

Sem igual na Região

Tudo teve origem com a concentração do chão

A exploração começada logo cedo de madrugada

E o som da sirene representava destruição

Explodiram o trabalho, destruíam matas, aipim e o feijão

Fazendo de nossas vidas, uma vida bem amarga

Concentraram nossa terra, agora querem concentrar água

 

II

Nossa luta não para e temos que perceber

Todo esse sofrimento fez juntar mãos e mãos

Animamos as comunidades, fizemos grande mutirão

Esse trabalho comunitário trouxe um novo amanhecer

Começou a juntar gente, atingidos por barragens, universidades o MAB e AGB.

Nossos olhos se abriram, foi mudança repetitiva

Melhoramos a organização e o jeito de produzir

Estamos só no começo, temos muito a construir

Pois a luta todo dia tem sido a nossa sina

Lutamos por Território, pelo Brasil e uma nova América Latina.

 

III

O capital pega nossa cultura e enterra

Como pudesse a cultura enterrar

Ela é terra, é água, é fogo, é ar.

E por isso que a luta não se encerra

Temos jeito próprio de cuidar da terra

Nessa guerra que travamos em nossa lida

Ela vai além do Capital

Esse já sabemos que faz mal

Que visa impedir a tradição repetida

Lutar por território é também lutar por vida

 

IV

Temos jeito próprio de ser

E de relacionar com a natureza

Não tenho dúvida, falo com certeza
Embora não possa parecer

Contra a lei do Estado desobedecer

O latifúndio temos que impedir

Todas as barragens temos que destruir

E construir território em mutirão

Libertar a mãe natureza, pra viver a libertação

 

 

Estes versos são frutos das falas e vivências relatadas pelos representantes dos movimentos presentes no IV Encontro pela Terra e Território

Por Plácido Júnior – Geógrafo e agente da CPT NE II – Pernambuco

 

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Entre os dias 14 e 17 de Setembro de 2016, foi realizado no Vale do Guapiaçu, região do município de Cachoeiras de Macacu-RJ, o IV Encontro Internacional pela Terra e o Território. Nessa área 1000 famílias estão ameaçadas pela construção de uma barragem. O encontro foi uma iniciativa do  LEMTO-UFF (Laboratório de Estudos de Movimentos Sociais e Territorialidades)e do Instituto Sudamerica Rural (Instituto para el Desarollo Rural de Sudamérica), com sede na Bolívia. Contou com o apoio do MAB-RJ (Movimento dos Atingidos por Barragens) e a AGB (Associação dos Geografos Brasileiros). O evento buscava promover um espaço de encontro para troca entre diferentes experiências de luta pela terra e o território, buscando superar o desafio do isolamento geográfico, político e cultural entre as comunidades.

O IV Encontro Internacional pela Terra e o Território reuniu vinte representantes de experiências inspiradoras de acesso à terra e ao território e, ainda, professores, estudantes e militantes de movimentos sociais das cinco macrorregiões do Brasil, da Colômbia, da Bolívia e do Chile. Foram três dias e quatro noites de vivência no centro comunitário de Serra Queimada (localidade do vale do Guapiaçu), onde foram debatidas o sentido comum e as especificidades das experiências. Algumas questões conduziram as conversas e reflexões:

“Memória, Luta e Território: De onde Viemos?”

“Comer, Curar, Habitar e Conviver – A Invenção Criativa da Vida”

 “Nossos grupos (ou comunidades?) e movimentos que relação estabelecemos com as Instituições (governos, ONGs e outras)?

 

 

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(Sistematização Gráfica por Bianca)

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(Sistematização Gráfica por Bianca)

 

Em breve mais informações sobre o IV Encontro Internacional pela Terra e o Território.

 

Grupos, Comunidades, Movimentos Socias, Instituições presentes no Encontro:

 

LEMTO-UFF – Laboratório de Estudos de Movimentos Sociais e Territorialidades, Rio de Janeiro

IPDRS – Instituto para el Desarrollo Rural de Sudamérica, Bolívia

AGB – Associação dos Geógrafos Brasileiros

APIB – Articulação dos Povos Indígenas do Brasil

Articulação Puxirão de Povos Faxinalenses – PR

Associação Quilombola Brejo dos Criolos – MG

Brigadas Populares

Comunidade Caraíbas Norte de Minas – MG

Comunidade Quilombo do Kalunga – GO

Comunidade Quilombola Castainho – PE

Comunidades Ribeirinhas do Rio São Francisco

CPT – Comissão Pastoral da Terra

MAB – Movimento dos Atingidos por Barragens

MCP – Movimento de Comunidades Populares

MIQCB – Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco babaçu

Movimento dos Ilheus do Rio Paraná – PR

MPP – Movimento de Pescadores e Pescadoras Artesanais

MST – Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra

NETAJ-UFF – Núcleo de Estudos sobre Territorialidades Ações Coletivas e Justiça, Rio de Janeiro

Povo Kaingang – PR

Povo Suruí-Aikewara – PA

Povo Xavante, Terra Indígenas Marãiwatsédé – MG

Quilombo Paiol de Telha – PR

Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Apodí – RN

Via Campesina – 

Xingu Vivo para Sempre

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